Tipos de conjuntivite, causas, sintomas e tratamento da conjuntivite alérgica, viral, bacteriana, neonatal, vernal, sazonal e outras.


Conjuntivite neonatal

A conjuntivite neonatal (ophthalmia neonatum) é definida como uma inflamação da conjuntiva durante o primeiro mês de vida. A sua forma mais comum é a conjuntivite química, a qual decorre da ação irritativa provocada por determinadas substâncias aplicadas na superfície ocular, ocorrendo na primeira semana de vida. Nesse contexto, o agente mais freqüentemente envolvido costuma ser o nitrato de prata, o qual é usado para a prevenção da conjuntivite gonocócica. Por essa razão, o nitrato de prata vem sendo gradualmente substituído, nas maternidades, por colírios de antibióticos, os quais atendem à necessidade de prevenir a conjuntivite gonocócica, com menores riscos de conjuntivite química.
A conjuntivite gonocócica, por sua vez, representa uma forma mais rara, porém bastante agressiva de conjuntivite neonatal, sendo causada pela Neisseria gonorrhoeae. Seu início é geralmente abrupto, manifestando-se já nas primeiras 48 horas de vida, com secreção ocular abundante, podendo evoluir para úlcera corneana. Nesses casos, recomenda-se a coleta de material para exames bacteriológico e bacterioscópico, iniciando-se o tratamento empírico antes do resultado definitivo dos referidos exames. As crianças devem ser tratadas em regime de internação hospitalar, com acompanhamento pediátrico, medicadas com antibiótico sistêmico (geralmente ceftriaxone, endovenoso), colírio antibiótico (fluoroquinolona de quarta geração, de 4/4 horas) e higiene para a remoção de secreções.
Toda criança com diagnóstico de conjuntivite gonocócica deve ser tratada, também, para clamídia com eritromicina, via oral. Felizmente esse tipo de conjuntivite é rara nos dias atuais, devido à prevenção realizada com o nitrato de prata, iodo povidona ou eritromicina colírio, ao nascimento.