Tipos de conjuntivite, causas, sintomas e tratamento da conjuntivite alérgica, viral, bacteriana, neonatal, vernal, sazonal e outras.


Conjuntivite bacteriana

A conjuntivite bacteriana é menos comum que a viral, sendo mais freqüente em pacientes imunocomprometidos ou hospitalizados. A conjuntivite bacteriana apresenta-se com hiperemia e outros achados semelhantes à forma viral, porém com uma quantidade maior de secreção mucopurulenta e ausência de linfonodo pré-auricular.
Reação folicular e infiltrados subepiteliais também não costumam ocorrer na forma bacteriana, a qual é causada, na maioria da vezes, por Sthaphilococcus aureus, Streptococcus pneumoniae ou Hemophilus influenza.
Uma forma bastante específica de conjuntivite bacteriana que merece nossa atenção é o chamado tracoma.
O tracoma consiste na infecção causada pelos sorotipos A, B e C da Clamidia tracomatis, afetando principalmente populações de mais baixa renda e com precárias condições de higiene.
Nesses casos, formam-se folículos na conjuntiva tarsal e limbar superior, que podem evoluir para as fases tardias da doença, com surgimento de áreas de fibrose, opacificação corneana e severo comprometimento da visão.
O tratamento das conjuntivites bacterianas baseia-se nos colírios de antibióticos, utilizando-se fluoroquinolonas de terceira (ciprofloxacina ou ofloxacina) ou, preferencialmente, de quarta geração (moxifloxacina ou gatifloxacina), 4 a 5 vezes ao dia. Além disso, podem ser associadas lágrimas artificiais (colírios lubrificantes) e compressas frias. Havendo processo inflamatório muito intenso, corticóides tópicos podem ser usados, como o acetato de prednisolona 1%, desde que não exista suspeita de infecção fúngica. No caso de confirmação de conjuntivite por Hemophilus influenza em crianças, deve ser associado tratamento sistêmico com amoxacilina/clavulanato, para evitar complicações como meningite e pneumonia.